essa não é mais uma carta de amor, são pensamentos soltos traduzidos em palavras, pra que você possa entender o que eu também não entendo...♪

Obrigada a todos! Desde 13/03/2011

sábado, 19 de março de 2011

Outra vez você


Chegou de mansinho, como quem não quer nada e foi ficando, outra vez você brincou com meus sentimentos, jogou fora o amor que lhe dei.
      Saciou teus desejos, bebeu da fonte cristalina e pura, se portou como uma criança feliz que ganha um brinquedo, depois se cansa e deixa de lado.
      Uma homem grande com mente de uma criança e de alma pequena e mesquinha.
      Outra vez você se superou, ultrapassou definitivamente todos os limites de uma paixão, de um coração que só soube te amar.
      E com suas mentiras revelou toda verdade escondida dentro de seu peito, usou os meus carinhos como arte de viver, deixando transparecer seus pontos fracos.
      Suas construções e sonhos mirabolantes eram apenas uma forma de conseguir o que queria, me enganar e conseguiu.
      Mas…, outra vez você caiu, pois construiu castelos sobre areias, sem amor, sem carinho; a tendência é que tudo venha abaixo.
      Até seus caminhos se tornaram tortuosos e cheios de espinhos, pois um coração duro, frio sem sentimentos, não pode deixar brotar nada de bom, nada de seu.
      Seu maior bem foi o mal, seu egoísmo que hoje queima em seu peito.


Mi*

O Sorriso de um palhaço

            
            Abriram-se as cortinas vermelhas
            das lonas azuis estreladas.
            – Atenção garotada!…
            Grita o mestre de cerimônias.
            – O show agora vai começar.<


            E lá no alto da arquibancada
            para o picadeiro a olhar,
            estava eu bem sentada
            com minha atenção voltada,
            para o palhaço a pular.


            Em meio a tanta alegria
            meu coração disparava.
            Meu Deus!… quanto magia
            o circo me despertava.
            E justo naquele dia,
            mais um ano eu completava.


            No meio do show, de repente,
            parado a minha frente
            estava o palhaço “Buzão”,
            trazendo no rosto, contente,
            um doce e singelo presente
            que aflorou minha emoção.


            Nada mais bonito existe,
            que o sorriso de um palhaço…
            Que faz outro rosto sorrir.




Mi*

sexta-feira, 18 de março de 2011

Rezei um Pai Nosso Difícil...

 



         Orante:
          Hoje, estou com pressa.
          Vou rezar, depressa este Pai Nosso…
          “Pai Nosso que estais nos Céus”.
          
          Deus:
          Sim, diz lá, o que queres de mim?
          
          Orante:
          Eu estou a rezar o Pai Nosso.
          Por favor, deixe-me em paz.
          Estou com pressa!
          
          Deus:
         Então mas não estavas a chamar por mim?
          Eu ouvi-te dizer:
          Pai Nosso que estais nos céus!
          
          Orante:
          Eu?!
          Bem, eu nem estava a pensar no Senhor,
          não meu Deus!!!
          Eu estava a rezar! Bem, deixa-me continuar. 
          Desculpa, estou com muita pressa…
          
          Deus:
          Está bem!!!
          Só pensei que querias falar comigo. 
          Mais nada!
          Se te puder ajudar nalguma coisa!!!
          
          Orante:
          Não, nada de especial. Obrigado.
          Estou só a rezar.
          Não preciso de nada não.
          Posso continuar?
          “Santificado seja o Vosso Nome…”
          
          Deus:
          Eu gostaria de saber se realmente
          o meu nome tem alguma importância
          na tua vida…
          ao chamares tantas vezes por mim,
          faze-o com consciência?
          
          Orante:
          É… mais ou menos!
          Mas, por favor,
          deixa-me acabar a oração.
          Estou atrasado…
          “Venha a nós o Vosso Reino,
          seja feita a Vossa vontade assim na
          terra como no céu…
          
          Deus:
          Sim, estou a ouvir do céu.
          Mas poder-me-ás dizer o que estás
          a fazer para que o meu Reino
          aconteça no meio das pessoas?
          Preocupas-te mesmo em fazer
          a minha vontade?
          De que maneira?
          
          Orante:
          Bem… eu,
          de vez em quando, vou à missa, 
          ás vezes rezo a noite ou de manhã,
          pago a côngrua à paróquia… e,
          as vezes,
          até dou algum trocado para os pobres,
          mesmo não estando bem
          de acordo com esses…
          
          Deus:
          É a isso que chamas
          “fazer a minha vontade na terra?”
          Achas que quero coisas ou prefiro
          que ajudes os necessitados?
          O que me agrada é tudo o que fazes
          em favor daquele que sofre.
          Visita os presos, os doentes,
          promove a vida,
          anima os tristes e os desesperados,
          ajuda as crianças, os velhos,
          os marginalizados,
          ajuda a resolver os problemas…
          
          Orante:
          Certo, certo…
          Mas muita coisa que reclamas,
          Senhor, não é bem comigo, não!
          É mais com o governo,
          com a câmara, com os padres,
          com as freiras, entendes?
          Mas, desculpa, OK?
          Essas coisas estão a atrapalhar
          a minha oração.
          Olha, eu vou continuar a minha reza.
          Com essas interrupções vou até
          esquecer a seqüência da oração…
         
          Deus:
          Desculpa?
          Eu pensei que a tua oração fosse
          sincera ao pedir-me que a minha
          vontade se fizesse entre vós…
          pensei que fosses sincero e honesto comigo…
          mas… tudo bem,
          podes continuar a tua oração…
          
          Orante:
          “O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
          Perdoai…”
          
          Deus:
          Acabo de anotar o teu pedido:
          pão para cada dia. 
          Mas diz-me uma coisa:
          é para ti que estás a pedir pão
          ou para milhares de famintos da terra?
          Parece-me que estás preocupado
          com o teu peso, até fazes dieta…
          não será porque tens alimentos
          de sobra,
          Enquanto os outros fazem dieta forçada
          pela injustiça social?
          
          Orante:
          Ufa!!!
          Está difícil rezar este Pai Nosso, hoje!
          Cortas-me a devoção!
          Vou continuar.
          Por favor, não me interrompas,
          está bem? 
          “Perdoai as nossas ofensas,
          assim como nós perdoamos a quem
          nos tem ofendido…
          
          Deus:
          Perdão se interrompo de novo.
          Eu ouvi sim, o teu pedido de perdão,
          só que, antes,
          deixa que eu te apresente a lista
          de pessoas a quem deves perdoar,
          amar e respeitar mais.
          Tu estás a condicionar o meu perdão
          ao teu perdão…
          eis a lista de nomes…
          
          Orante:
          Ah! Essa não!
          Olha só,
          se tu conhecesses essas pessoas…
          queria ver!…
          E ainda mais, se eu perdoar,
          se voltar a ter amizade,
          se ajudar essas pessoas que me ofenderam,
          aonde vai parar o meu prestígio?
         
          Deus:
          E eu?
          Há quantos anos te estou a perdoar?
          A coisa é assim:
          se tu perdoares,
          eu também te perdôo e te dou a paz.
          Caso contrário, nada feito.
          
          Orante:
          É, entendi…
          Mas não sei o que fazer, não.
          Agora eu quero acabar de rezar
          esta minha oração:
          “Não nos deixeis cair em tentação,
          mas livrai-nos do mal”.
          
          Deus:
          Muito bem! Gostei do teu pedido,
          que eu te livre de todo o mal.
          E eu o farei com todo o prazer.
          Só que eu queria que me dissesses:
          quais as pessoas que te tentam
          para o mal?
          Que ambientes freqüentas?
          Que idéias alimentas?
          Que ações desonestas costumas
          praticar?
          
          Orante:
          Como?
          O que queres saber desta vez?
          
          Deus:
          O que fazes para crescer e aprofundar
          a tua fé e a tua esperança?
          Como estás a amar o próximo,
          o irmão que vive ao teu lado?
          E aqueles marginalizados pela sociedade?
          
          Orante:
          Bem… bem… meu querido bom Deus!
          Tudo bem, tudo bem.
          Mas só te digo uma coisa:
          eu nunca me tinha confrontado
          contigo na oração.
          Eu rezava e pronto.
          Sabes,
          esta foi a oração mais difícil da
          minha vida…
          Mas, pensando bem,
          valeu a pena.
          Mesmo tendo me atrasado tanto…
          Deus:
          Sinto alegria em ajudar aquele que
          se dispõe a cumprir aquilo que me pede.
          Sou Pai, sim,
          e amo os meus filhos e filhas.
          Só quero o bem para cada um.
          Ofereço a minha luz,
          a minha graça e força a todos os(as)
          que me pedem de verdade
          Todas as vezes que sou anjo não
          me  surpreendo apenas sinto
          as agruras do destino e me deixo
          sorrir.
           Sorrindo sou mais anjo
          do que todos  os demônios.
           
           
           Mi*

Oração do amigo'


Há muito se diz que, quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro precioso. Há muito se diz que amizade verdadeira dura pra sempre. Não tem aquelas tempestades da paixão e nem a calmaria exagerada do descompromisso. É o meio termo. É a bonita sensação do estar perto e, de repente, deixar o silêncio chegar. Não exige tanto. Exige tudo.
As amizades nascem do acaso. Ou de alguma força que faz com que uma simples brincadeira, uma informação, um caderno emprestado, uma dor seja capaz de unir duas pessoas. E a cumplicidade vai ganhando corpo, e o desejo de estar junto vai aumentando, e, com ele, a sensação sempre boa do poder partilhar, de se doar.
Há muito se diz que os amigos verdadeiros são aqueles que se fazem presentes nos momentos mais difíceis da vida, naqueles momentos em que a dor parece querer superar o desejo de viver.
De fato, os amigos são necessários nesses momentos. Mas, talvez, a amizade maior seja aquela em que o amigo seja capaz de estar ao lado do outro nos momentos de glória, e vibrar com essa glória. Não ter inveja. Não querer destruir o troféu conquistado. Aplaudir e se fazer presente. Ser presente.
A amizade não obedece à ordem da proporcionalidade do merecimento. Não há sentido em querer de volta tudo o que com generosidade se distribuiu. A cobrança esmaga o espontâneo da amizade. E a surpresa alimenta o desejo de estar junto.
O amigo gosta de surpreender o outro com pequenos gestos. Coisas aqui e ali que roubam um sorriso, um abraço, um suspiro. E tudo puro, e tudo lindo.
Há muito se diz que não é possível viver sozinho. A jornada é penosa e, sem amparo, é difícil caminhar.
Juntos, os pássaros voam com mais tranquilidade. Juntas, as gaivotas revezam a liderança para que nem uma delas se canse demais.
Juntos, é possível aos golfinhos comentarem a beleza de um oceano infinito. Juntos, mulheres e homens partilham momentos inesquecíveis de uma natureza que não se cansa de surpreender.
Eu te peço, Senhor, nessa singela oração, que me dês a graça de ser fiel aos meus amigos. São poucos. E impossível seria que fossem muitos. São poucos, mas são preciosos. Eu te peço, Senhor, que me afastes do mal da inveja que traz consigo outros desvios. A fofoca. A terrível fofoca que humilha, que maltrata, que faz sofrer.
Eu te peço, Senhor, que o sucesso do outro me impulsione a construir o meu caminho, e que jamais eu tenha ânsia de querer atrapalhar a subida de meu amigo. Eu te peço, Senhor, a graça de ser leal. Que eu saiba ouvir sempre e saiba quando é necessário falar.
Senhor, sei que a regra de ouro da amizade consiste em não fazer ao amigo aquilo que eu não gostaria que ele me fizesse. E te peço que eu seja fiel a essa intenção. E sei que essa regra fará com que o que se diz há tanto tempo se realize na minha vida. Que eu tenha poucos amigos, mas amigos que permaneçam para sempre.
Não poderia ter muitos. Não teria tempo para cuidar de todos. E de amigo agente cuida. Amigo a gente acolhe, a gente ama.
Senhor, protege os meus amigos. Que, nessa linda jornada, consigamos conviver em harmonia. Que, nesse lindo espetáculo, possamos subir juntos ao palco. Sem protagonista.
Ou melhor, que todos sejam protagonistas, e que todos percebam a importância de estar ali. No palco. Na vida.
Obrigado, Senhor, pelo dom de viver e de conviver. Obrigado, Senhor, pelo dom de sentir e de manifestar o meu sentimento. Obrigado, Senhor, pela capacidade de amar, que é abundante e é sem-fim.



Mi*

No final, a escolha sempre será sua.


Você já ouviu, alguma vez, falar de livre-arbítrio?
Livre-arbítrio quer dizer livre escolha, livre opção.
Em todas as situações da vida, sempre temos duas ou mais possibilidades para escolher.
E a cada momento a vida nos exige decisão. Sempre temos que optar entre uma ou outra atitude.
Desde que abrimos os olhos, pela manhã, estamos optando entre uma atitude ou outra.
Ao ouvir o despertador podemos escolher entre abrir a boca para lamentar por não ser nosso dia de folga ou para agradecer a Deus por mais um dia de oportunidades no corpo físico.
Ao encontrar o nosso familiar que acaba de se levantar, podemos escolher entre resmungar qualquer coisa, ficar calado, ou desejar, do fundo da alma, um bom dia.
Quando chegamos ao local de trabalho, podemos optar entre ficar de bem com todos ou buscar o isolamento, ou, ainda, contaminar o ambiente com nosso mau humor.
Um médico que trata de pacientes com câncer, conta que as atitudes das pessoas variam muito, mesmo em situações parecidas.
Diz ele que duas de suas pacientes, quase da mesma idade, tiveram que extirpar um seio por causa da doença.
Uma delas ficou feliz por continuar viva e poder brincar com os netos, a outra optou por lamentar pelo seio que havia perdido, embora também tivesse os netos para curtir.
Assim também acontece conosco quando alguém nos ofende, por exemplo. Podemos escolher entre revidar, calar ou oferecer o tratamento oposto. A decisão sempre é nossa.
O que vale ressaltar é que nossas atitudes produzirão efeitos como consequência. E esses efeitos são de nossa total responsabilidade.
Isso deve ser ensinado aos filhos desde cedo. Caso a criança escolha agredir seu colega e leve uns arranhões, deverá saber que isso é resultado da sua atitude e, por conseguinte, de sua inteira responsabilidade.
Tudo na vida está sujeito à lei de causa e efeito: para uma causa positiva, um efeito positivo, para uma atitude infeliz, o resultado correspondente.
Se você chega no trabalho bem humorado, alegre, radiante, e encontra seu colega de mau humor, você pode decidir entre sintonizar na faixa dele ou fazer com que ele sintonize na sua.
Você tem ainda outra possibilidade de escolha: ficar na sua.
Todavia, de sua escolha dependerá o resto do dia. E os resultados lhe pertencem.
Jesus ensinou que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
Pois bem, nós estamos semeando e colhendo o tempo todo. Se plantamos sementes de flores, colheremos flores, se plantamos espinheiros, colheremos espinhos. Não há outra saída.
Mas o que importa, mesmo, é saber que a opção é nossa. Somos livres para escolher, antes de semear. Aí é que está a Justiça Divina.
Mesmo as semeaduras que demoram bastante tempo para germinar, um dia darão seus frutos.
São aqueles atos praticados no anonimato, na surdina, que aparentemente ficam impunes. Um dia, ainda que seja numa existência futura, eles aparecerão e reclamarão colheita.
Igualmente os atos de renúncia, de tolerância, de benevolência, que tantas vezes parecem não dar resultados, um dia florescerão e darão bons frutos e perfume agradável.
É só deixar nas mãos do Jardineiro Divino, a quem chamamos Deus.
* * *
A hora seguinte será o reflexo da hora atual.
O dia de amanhã trará os resultados do dia de hoje.
As existências futuras lhe devolverão a herança que hoje lhes entrega.
É assim que vamos construindo nossa felicidade ou a nossa desdita, de acordo com a nossa livre escolha, com o nosso livre-arbítrio.
Pensemos nisso!



Mi*